sexta-feira, 11 de abril de 2008

O PRIMEIRO RAIO DE LUZ

Rasga-se intempestivamente uma fresta no grosso turbilhão de nuvens plúmbeas que cobrem a cidade nesta tarde fria e tempestuosa. Um veio de luz viva liberta-se do negrume. Como um raio cintilante, quase parece desviar-se de tudo o mais para escolher abater-se em cheio num lanternim cimeiro. O foco perdura por instantes em que o tempo parece ficar suspenso. Aqui em baixo, as entranhas do espaço mortiço adquirem uma limpidez e um colorido que não lhe pertencem, como numa daquelas fotografias de poster. Até que, tão inesperadamente como surgiu, a fresta se fecha, a cor se apaga e tudo volta a ficar baço e frio. Lá fora, o crepúsculo antecipado abate-se inexorável sobre a cidade. No alto, o lanternim ainda julga que continua a brilhar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nada que não esperasse, vindo de sí. :) O blog apresenta-se-me muito promissor, já que o lido até agora é uma delícia. Parabéns pela boa ideia - pode contar comigo como visitante assídua. Até lá, um beijinho, Ana Luísa Pinto.

Ana disse...

que inveja qe eu tenho do meu proprio pai! :D

ate ja!
bjkx ihihi

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